No futuro de A Seleção, os Estados Unidos se uniu com a China, formando o "Estado Americano da China" e, posteriormente, o grande país de Illéa. Nesta sociedade, os grupos sociais são divididos em Castas, da Um à Oito, nas quais os números de filhos permitidos para cada família deve ser igual ao número de sua respectiva casta (deu para entender agora porque meter a China no meio, né?). Quanto menor o número de filhos, melhor são os trabalhos designados para a sua casta e, consequentemente, menos despesas são atribuídas ao seu padrão de vida. A família da nossa protagonista, America Singer, é da Casta Cinco - composta basicamente por artistas, músicos e escultores - e vive, com muita dificuldade, através de apresentações e pontas. Quando a grande oportunidade da Seleção aparece, a mãe de America (que me lembra muita a mãe de Elizabeth Bennet em Orgulho e Preconceito!) fica louca para inscrever America - Afinal, além da seleção escolher 35 candidatas para ser a esposa do grande príncipe Maxon, a garota vencedora terá toda a sua família movida automaticamente para a casta Um. Por mais que a oportunidade pareça maravilhosa para qualquer um... America não quer ser uma princesa. Na verdade, Meri já está apaixonada por Aspen, o mais belo rapaz da Casta Seis... Um amor proibido mais do que pela lógica... Mas por lei.
Em primeiro lugar, não dá para falar de A Seleção sem comentar o quanto ele é viciante. Não demorou muito para eu ser absorvido pela história, a qual desde o começo se mostra bastante sólida. Eu literalmente a terminei em apenas dois dias e senti uma vontade ANGUSTIANTE de comprar a sequência - The Elite - em inglês mesmo, tamanha a empolgação que ficou em mim. A Kiera tem uma forma de nos envolver com a trama muito parecida com a da Suzanne Collins em Jogos Vorazes, contando a história sem grandes enrolações ou qualquer "enchimento de linguiça forçada" que muito autor do gênero parece achar aceitável. A narrativa de America é rápida, cheia de vida, sem soar entrecortada, o que é raro quando o livro não é tão grande.
É fundamental, porém, frisar que a história se foca, visivelmente, no aspecto romântico da coisa. Por mais que tenha todo esse contorno da situação em que a sociedade se encontra, mostrando a divisão das castas, a relação do Rei com o seu povo e a a própria questão das desigualdades sociais entre as candidatas, não colocaria A Seleção como uma distopia futurística equiparável a Jogos Vorazes ou Divergente. O livro definitivamente segue por outra linha e, quem o compra procurando algo mais rico em detalhes sobre a questão social ou o universo em si, talvez saia um pouco decepcionado. Entretanto, em questão de triângulo amoroso... Eu diria que é um livro feito para "shippers" (o qual eu ainda estou em dúvida se sou Team Aspen ou Team Maxon...).
Os personagens do livro são adoráveis, daquele jeitinho gostoso que você sabe que você vai se importar com eles. Além de America ser uma protagonista carismática, conhecemos Marlee, uma garota doce, ingênua e carinhosa que logo se conecta com Meri dentro do palácio (Honestamente, é minha personagem preferida do livro devido a simplicidade deliciosa que ela tem!). Celeste, a fútil concorrente da casta Um supre a cota de nojentas que essas competições sempre tem e Ashley parece a garota perfeita para o príncipe: Elegante, educada e delicada. O príncipe Maxon tinha tudo para eu odiá-lo (normalmente não gosto desse tipo de personagem), mas, surpreendentemente, me convenceu. Não vou nem entrar no mérito de Aspen, o amor proibido e pobre... Afinal, quem não adora o pretendente rejeitado... O famoso underdog?
Leve, criativo e grudento, A Seleção deveria, honestamente, vir com um aviso de cuidado devido ao seu conteúdo chiclete. Deixei de estudar por uns dias por causa desse livro e não sei se isso me fez muito bem, academicamente falando, hahahahaha. Só para vocês terem uma ideia, olha só o booktrailer bonitinho que fizeram para ele:
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