Perspicácia - Marco Antonio Rodrigues, por Trinta.

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Por mais jovem que eu ainda seja, a vida já me pregou algumas peças colossais; artimanhas maldosas que, honestamente, não sei até hoje como consegui superar. Quando recebi pelo correio Perspicácia, enviado para mim pelo próprio autor Marco Antonio Rodrigues, acabei me sentindo um pouco nostálgico quanto a essas dores do passado. Não esperava que fosse encontrar uma obra tão completa sobre as diversas fases da vida. Mas como nunca fui de abandonar o barco por causa de previsão de tempo, larguei de manha e me prestei a ler pelo menos um texto por dia, em uma espécie de maratona perspicaz. E hoje, posso dizer que cheguei na linha de chegada com o orgulho de um vencedor.


O livro é composto por uma seleção de crônicas inteligentes e divertidas, abordando assuntos recorrentes no nosso dia-a-dia como a insatisfação inconstante do homem, as escolhas que somos submetidos, o companheirismo dos cães, o amor das mães e até o dom de envelhecer o corpo sem corroer a alma. Cada texto nos entrega uma reflexão diferente, sempre finalizando com uma palavra-chave que resume exatamente a ideia da crônica: "Aceite-se", "Aventure-se". "Usufrua." Pessoalmente, me deliciei bastante com o estilo de escrita do autor, sempre tendo insights interessantes sobre o mundo ao nosso redor. Acredito que Perspicácia carregue uma parcela de pessoalidade bem grande - Como se na verdade suas crônicas fossem pedaços de uma narrativa alinear da história de Marco Antonio Rodrigues. Não é à toa que dizem que uma obra de arte é, nada mais nada menos, o retrato de um artista. 
 
"Todos, sem exceção, estamos fadados a crescer. E,  mesmo que você não queira, terá que se despedir da infância, depois da adolescência. Mais adiante, a juventude acenará com a mãozinha dando tchau e lhe apresentará a maturidade que anda de mãos dadas com a velhice, a qual, por sua vez denota o término"
                                                                                       (Texto "Embarque e Desembarque", pág. 65) 
 

 O trecho acima faz parte da minha crônica favorita do livro, Embarque e Desembarque. Nela, o autor compara a vida a uma viagem de ônibus, onde as pessoas desembarcam nos bairros da adolescência, da juventude, da maturidade e da velhice até chegar a linha final. Curiosamente, os questionamentos dos passageiros dentro da condução se assemelham aqueles que fazemos constantemente a nós mesmos, dúvidas que mordem nossa sanidade todo dia e permanecem sem respostas até a morte. Para não dar mais detalhes, adianto que o final soltou um sorriso do meu rosto tão espontâneo que eu tenho certeza que foi um dos motivos do livro me ganhar de imediato.
 
Autoavaliar-se com honestidade ainda é tarefa difícil para muitos, mas analisar o outro é comum, fácil e, em alguns casos, até um hábito pernicioso. Por que então não extrair algo positivo dessa conduta equivocada? Por que não aquilatar-me, avaliando com honestidade a conduta das pessoas com quem tenho estreita convivência, a energia dos ambientes que frequento. Eles refletem meus gostos, minha personalidade, o que me atrai. É como se eu estivesse analisando a mim mesmo.

 
(Texto "Afinidades", pág.135)
 
Como se me enviar o livro não fosse o suficiente, fecho esse post mostrando um pouquinho do carinho do autor com seus leitores. Olha só que legal o autógrafo que ele fez para mim:

 
 
Veja também o Book Trailer de Perspicácia!
 

                                                                                                                     
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