O livro é composto por uma seleção de crônicas inteligentes e divertidas, abordando assuntos recorrentes no nosso dia-a-dia como a insatisfação inconstante do homem, as escolhas que somos submetidos, o companheirismo dos cães, o amor das mães e até o dom de envelhecer o corpo sem corroer a alma. Cada texto nos entrega uma reflexão diferente, sempre finalizando com uma palavra-chave que resume exatamente a ideia da crônica: "Aceite-se", "Aventure-se". "Usufrua." Pessoalmente, me deliciei bastante com o estilo de escrita do autor, sempre tendo insights interessantes sobre o mundo ao nosso redor. Acredito que Perspicácia carregue uma parcela de pessoalidade bem grande - Como se na verdade suas crônicas fossem pedaços de uma narrativa alinear da história de Marco Antonio Rodrigues. Não é à toa que dizem que uma obra de arte é, nada mais nada menos, o retrato de um artista.
"Todos, sem exceção, estamos fadados a crescer. E, mesmo que você não queira, terá que se despedir da infância, depois da adolescência. Mais adiante, a juventude acenará com a mãozinha dando tchau e lhe apresentará a maturidade que anda de mãos dadas com a velhice, a qual, por sua vez denota o término"
(Texto "Embarque e Desembarque", pág. 65)
O trecho acima faz parte da minha crônica favorita do livro, Embarque e Desembarque. Nela, o autor compara a vida a uma viagem de ônibus, onde as pessoas desembarcam nos bairros da adolescência, da juventude, da maturidade e da velhice até chegar a linha final. Curiosamente, os questionamentos dos passageiros dentro da condução se assemelham aqueles que fazemos constantemente a nós mesmos, dúvidas que mordem nossa sanidade todo dia e permanecem sem respostas até a morte. Para não dar mais detalhes, adianto que o final soltou um sorriso do meu rosto tão espontâneo que eu tenho certeza que foi um dos motivos do livro me ganhar de imediato.
Autoavaliar-se com honestidade ainda é tarefa difícil para muitos, mas analisar o outro é comum, fácil e, em alguns casos, até um hábito pernicioso. Por que então não extrair algo positivo dessa conduta equivocada? Por que não aquilatar-me, avaliando com honestidade a conduta das pessoas com quem tenho estreita convivência, a energia dos ambientes que frequento. Eles refletem meus gostos, minha personalidade, o que me atrai. É como se eu estivesse analisando a mim mesmo.
(Texto "Afinidades", pág.135)
Como se me enviar o livro não fosse o suficiente, fecho esse post mostrando um pouquinho do carinho do autor com seus leitores. Olha só que legal o autógrafo que ele fez para mim:
Veja também o Book Trailer de Perspicácia!

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