Pense em Manhattan. Todas as luzes, lojas, ruas e multidões que perambulam a nossa mente logo quando imaginamos a cidade, mesmo se nunca tivermos posto os pés lá (Com certeza o meu caso). Agora pense no mistério. Fadas dançando pelas árvores do Central Park, lobisomens escondidos nos becos do Chinatown, vampiros curtindo a madrugada festeira do Upper East Side... Um delírio improvável, mas totalmente possível neste universo mágico criado por Cassandra Clare. Dessa vez, queridos leitores do EL, vos apresento a história do Submundo, uma realidade alternativa existente neste surpreendente livro debut chamado Cidade dos Ossos.


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Para enxergarmos todas esses criaturas sobrenaturais escondidas ~casualmente~ pela cidade, precisamos ter a Visão, um dom que Clarissa Fray descobre ter da pior forma possível: Sendo testemunha de um assassinato no meio da boate Pandemônio (Pra você ver o nível da balada). Encucada por ninguém perceber tamanho crime acontecendo a olho nu, Clary persegue o grupo de jovens tatuados que cometeram o crime - Claro, porque essa é a coisa mais lógica e segura a se fazer neste tipo de situação, cof cof - até que o loiro encapuzado que aparentemente lidera o grupo percebe que eles tem audiência. Uma mundana consegue os ver. E é a partir daí que Clary descobre que aqueles são os ditos Caçadores de Sombras - ou Nephilim - nome dado aos guerreiros metade anjos metade humanos responsáveis pela caça aos demônios perdidos pelo mundo.


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Fazia tempo que eu não lia um young adult tão estimulante e, com muitas aspas na palavra, tão "complexo". A história pode parecer bagunçada nas primeiras duzentas páginas, mas logo descobrimos que sua construção cronológica é excepcionalmente convincente. Esta trama é construída através de uma guerra arcaica existente entre anjos, demônios e semi-humanos; uma batalha cheia de intrigas e filosofias divergentes. De um lado temos a Clave, formada por Caçadores de Sombras que tentam fechar Acordos de paz entre as criaturas do Submundo (vampiros, lobisomens, fadas e outras espécies que carreguem uma parcela de sangue humano) e os Nephilim. Por outro lado, conhecemos o Ciclo, uma legião elitista de Caçadores de Sombras que julga todos os seres do Submundo como demônios, independente de sua metade humana, sendo assim totalmente contra qualquer tratado de paz entre as espécies. O líder deste último bando é nada mais nada menos que Valentim, um líder nato que tá mais para um Hitler sobrenatural que anjinho celestial. Dá até para imaginar a referência que a autora teve aqui, né? O que mais podemos pensar disso a não ser o quanto toda essa polêmica se parece com a discriminação dos sangue ruins do universo Potteriano?*
Fazia tempo que eu não lia um young adult tão estimulante e, com muitas aspas na palavra, tão "complexo". A história pode parecer bagunçada nas primeiras duzentas páginas, mas logo descobrimos que sua construção cronológica é excepcionalmente convincente. Esta trama é construída através de uma guerra arcaica existente entre anjos, demônios e semi-humanos; uma batalha cheia de intrigas e filosofias divergentes. De um lado temos a Clave, formada por Caçadores de Sombras que tentam fechar Acordos de paz entre as criaturas do Submundo (vampiros, lobisomens, fadas e outras espécies que carreguem uma parcela de sangue humano) e os Nephilim. Por outro lado, conhecemos o Ciclo, uma legião elitista de Caçadores de Sombras que julga todos os seres do Submundo como demônios, independente de sua metade humana, sendo assim totalmente contra qualquer tratado de paz entre as espécies. O líder deste último bando é nada mais nada menos que Valentim, um líder nato que tá mais para um Hitler sobrenatural que anjinho celestial. Dá até para imaginar a referência que a autora teve aqui, né? O que mais podemos pensar disso a não ser o quanto toda essa polêmica se parece com a discriminação dos sangue ruins do universo Potteriano?*
Um ponto interessante que notei durante a leitura é o quanto os personagens secundários são carismáticos - Talvez, e me perdoem shippeiros de Jace e Clary por isso, mas até mais que o círculo de protagonistas. Eu, por exemplo, adorei o poderoso e bizarro feiticeiro Magnus Bane, personagem responsável por um dos momentos mais divertidos do livro. Digo que os secundários arrancam um papel forte no enredo porque a autora densificou bastante o mundo mágico da saga, fazendo com que o foco de The Mortal Instruments nem sempre seja tão voltado para o romance Clary e Jace (que não é ruim, mas sinceramente? Não vi nada demais). Em outras palavras, tem tanta coisa legal rolando ao redor que você, nem sempre, precisa prestar atenção no amorzinho ok dos dois. Além de Magnus, destaco aqui o dilema de Alec e o fofo Simon.
De qualquer forma, tenho expectativas boas para o filme. Com um casting bom e uma produção hollywoodiana, City of Bones tem tudo pra se tornar um poderoso blockbuster teen para a gente acompanhar nos próximos anos... Não sei se eu apoio todo o buzz que o livro recebe, mas também não sou contra. Tem coisa muito pior sendo comercializada por aí como Nobel Prize winner.
*Notinha: Para quem não sabe, Cassandra Clare começou escrevendo fanfics de Harry Potter por volta dos anos 2000, entre elas a famosíssíma The Draco Trilogy. Como era de se esperar, muitos sites se dedicaram a questionar a integridade da autora após o sucesso de City of Bones, principalmente devido as fortes referências da autora com os livros de J.K Rowling. Se tem curiosidade para saber mais sobre essas discussões e sobre a Draco Trilogy, recomendo aqui esse fórum do fanpop e esse post, que me fizeram perder uns bons minutinhos pensando se a relação ou não entre os livros... Mistério? Vai saber.
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