Sabe quando você começa a ler um livro e simplesmente abandona a realidade? Ou melhor, a realidade é simplesmente “invertida”, e você começa a viver a história com todo o seu Eu, deixando de lado tudo o que existe e se entregando às letras e estórias? Espero que sim. Você escreve? Se sim, provavelmente vai entender o sentimento que eu (e provavelmente a maioria daqueles que se julgam escritores) tenho: a vontade de adentrar em sua própria história, o seu mundo.
Pequena filosofia desnecessária: aí você lê a parte acima e pergunta, “como sei se sou um escritor?”. Ora, é simples. Dizem muitos que para ser escritor, você precisa escrever e publicar um livro. Outros ainda dizem que é necessária uma faculdade de letras. Mas não acho que é assim. Para você ser um escritor, basta querer ser, e escrever. Pode ser uma frase, um parágrafo, uma cena que seja. Ao por o que pensa em palavras, estará exercendo o ofício. Então, se você quer ser um escritor, um pensador, um cantor, e seja lá o que for... Apenas faça o que tiver vontade. (Isso foi tão desnecessário, sério. Me senti um padre dando conselhos. Mas não.)
Pequena filosofia desnecessária: aí você lê a parte acima e pergunta, “como sei se sou um escritor?”. Ora, é simples. Dizem muitos que para ser escritor, você precisa escrever e publicar um livro. Outros ainda dizem que é necessária uma faculdade de letras. Mas não acho que é assim. Para você ser um escritor, basta querer ser, e escrever. Pode ser uma frase, um parágrafo, uma cena que seja. Ao por o que pensa em palavras, estará exercendo o ofício. Então, se você quer ser um escritor, um pensador, um cantor, e seja lá o que for... Apenas faça o que tiver vontade. (Isso foi tão desnecessário, sério. Me senti um padre dando conselhos. Mas não.)
Então. O livro de hoje é outro da minha coletânea de livros adquiridos de forma ilegal. Vamos falar de Coração de Tinta, que a maioria das pessoas, assim como eu, devem ter conhecido por meio da adaptação para os cinemas.
De uma forma geral e muito, mega, hiper resumida, o livro se passa em algum canto da Inglaterra que parece uma vila que sobreviveu a Idade Média. Tal fator já te dá aquele pensamento fantástico, e você imagina as coisas de uma forma mais onírica. Temos então personagens grandiosos que nos dão tanta lições sobre os mais diversos mundos: como Dedo Empoeirado e sua estranha amizade com o fogo, assim como o seu mascote, Gwin: a marta de chifres. (Eu quero uma, aceito de presente).
Na história, acompanhamos a aventura da pequena Meggie e seu pai, Mortimer (conhecido como Mo). Mo tem o estranho dom de fazer os personagens de algum tipo de literatura tomarem vida quando lê em voz alta. Porém, tal coisa vêm com um preço a pagar - como tudo nessa vida.
Um dia a mulher de Mo pediu-lhe que lesse um livro chamado "Coração de Tinta" para ela e sua filha ainda bebê. Sem saber dos seus 'dons', o mesmo aceitou.
Ao ler o livro, Mo acabou por trazer em sua casa a visita de três estranhos, que vestiam-se da forma mais estranha possível, e também estavam armados de espadas e adagas, assim como um estranho animal de chifres. Imagine a sua surpresa ao notar que um personagem cuja descrição você acabara de ler aparecer na sua casa!
Tomado pela adrenalina, Mortimer luta contra dois daqueles que libertou das páginas. Após todo o caos, os três acabaram pro fugir. Somente depois disso, que Mo descobriu que a sua mulher havia sumido: ela estava no livro, aprisionada.
Passam-se anos, desde então, e Mo promete que nunca mais leria em voz alta. Ele sempre sonhou em ver a mulher de volta, mas sabe que tal coisa teria seus perigos. Certo dia, com Meggie já crescida, um estranho bate na porta de sua casa. Mo o reconhece de imediato, e, após longa conversa, ele e sua filha acabam por viajar para uma aventura sem igual.
Meggie acaba por se envolver de forma muito direta em toda a trama, desempenhando um papel crucial na história. É tomada pela ambiguidade de ver todos os seus sonhos literários virarem realidade, mas vê-se também no meio de um perigo maior do que jamais imaginara.
A obra de Cornelia Funke te dá a oportunidade de sonhar mais uma vez que está vivendo dentro de uma história fantástica, com direito a vilões, tramas enroladas, um roteiro completamente imprevisível, criaturas mitológicas e o iminente perigo.
A aventura é parte crucial do enredo. Nos vemos dentro de cada um dos personagens descritos pela autora, sentindo a sua mágoa e seus prazeres, vivendo a sua história e acreditando que realmente somos eles. O engraçado de Coração de Tinta é essa capacidade de nos transportar, você sente como se estivesse dentro daquela história do filme “A Origem”, sabem? Não, acho que não. Enfim.
Coração de Tinta é aquilo que nos dá o impulso para escrever ou para ler. Nos faz voltar a acreditar na magia, ou reforça nossa crença nesta. É a afirmação de que tudo é possível.
A história tem todo o seu enredo, mas estranhamente o leitor participa dele a cada segundo. Você lê a descrição do cenário, mas está tão penetrado na história que o seu “senso de fantasia” sempre acaba por acrescentar coisas ali, desde um mísero detalhe até mesmo um personagem ou algo do tipo. É quase um livro interativo, onde você participa e, muitas vezes, nem nota.
Honestamente, espero que vocês tenham a grande chance de ter um exemplar desta obra em mãos, e que sua viagem seja fenomenal.
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