Ecos da Morte - Kimberly Derting, por Trinta.

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Há uma série de habilidades estranhas por aí que nós nunca imaginaríamos existir. Só para vocês terem uma ideia, existem pessoas que podem se lembrar de praticamente tudo que já viveram; uma "doença" chamada "Síndrome da Hipermemória" (Curioso? Checa só a história dessa mulher ou, se curte seriados americanos, baixe esta série). E não vamos parar por aí: Pessoas que podem fazer máscaras com a pele, gênios capazes de montar cubos mágicos em segundos, velhinhas que correm na velocidade da luz...  É, às vezes os filmes do X-Men não parecem tão mentirosos assim. Comicamente, como se já fosse algo normal dentro da nossa realidade, as pessoas ditas "sensitivas" passam cada vez mais por debaixo do radar, um grande ponto de interrogação dentro da mente das pessoas mais céticas. Você acredita que uma pessoa possa descobrir corpos desconhecidos pela polícia através de um sexto sentido? A nova série de Kimberly Derting aposta neste peculiar (e nada adorável) dom.

Violet Ambrose sofre do pior pesadelo que uma adolescente normal pode ter: Um melhor amigo gato. Bom, pelo menos é isso que Jay Heaton, o garoto traquina que conhece desde a infância, se tornou depois deste último verão. O menininho franzino que costumava explorar os bosques da cidade em sua companhia se transformou no garoto mais requisitado de todo o colégio. Isso poderia ser até legal, mas venhamos e convenhamos, o quão inconveniente é ser "apenas amiga" do cara mais irresistível que você já conheceu? Como se não fosse o suficiente, Violet tem um probleminha que a persegue desde que se entende por gente... Ela pode ouvir e sentir ecos oriundos de cadáveres ao seu redor, seja de animais ou, bem, pessoas. E quando ela encontra o corpo de uma garota perto do lago local... Violet percebe que alguma coisa está fora do normal. Seria este o caso de "apenas mais uma terrível fatalidade"... Ou a presença de um verdadeiro serial killer às espreitas?

Kimberly Derting é uma autora novata ainda, tanto é que esta série, The Body Finder, é a primeira do seu currículo. Boa parte do meu medo ao comprar este livro se deve a meu terror por esta nova leva de autores young adults. Vamos combinar aqui: Se você olhar pra sinopse deste livro e, principalmente, para capa, quantos outros livros parecidos você se lembraria segundos depois? É, né. Ecos da Morte sofre do conceito que eu criei na minha cabeça chamado livro blend (=Todo ou qualquer livro que pode ser facilmente confundido por outro e/ou ser praticamente esquecido pelos nossos olhos enquanto vislumbramos a estante de uma livraria). Mesmo assim, exatamente por estar querendo ler um livro para passar o tempo (E eu já acho isto horrível para um livro, esta ideia inicial que o leitor já tem dele como se fosse "mera distração". Você gostaria que o seu livro fosse visto como algo assim? Pois é.), o comprei por obra do destino. E ainda estou em dúvida se valeu a pena.

Uma coisa eu posso te dizer: Kimberly não escreve mal. Ela sabe descrever as situações e os cenários com segurança, utilizando-se muitas vezes de um tom singelo para deixar o livro com um ar fluído, fácil de ler. Porém, bons livros não são feitos apenas de boas construções... Mas boas ideias. Ecos da Morte explode clichês, e não num nível amigável, como boa parte dos livros adolescentes se segura. EdM é do tipo que você sabe tão bem quem é o assassino a partir da metade do livro,  e até de como o romance irá se desenrolar, que você acaba não se importando lá muito com a forma como a trama desenrola. E este é exatamente o pecado de um livro segurado em clichês; Tudo bem, você pode saber como a coisa termina, mas ao menos nos leve até o final com uma boa carga de entretenimento. É o domínio da forma sobre a originalidade... E infelizmente, este não foi o caso.

Talvez seja um exagero dizer que eu achei o livro abaixo das minhas expectativas. Nada disso, acho que ele até cumpre a sua proposta, podendo até satisfazer o desejo de um público mais pré-adolescente. Ele é um livro bem certinho, feito sob a medida e não duvido que muitas garotas possam até cair na embalagem perfeita que Violet e Jay são. Porém, infelizmente eu os achei sem sal nem açúcar, principalmente pela autora não construir diálogos crocantes (Uma expressão muito utilizada pelo site Seriemaníacos para tudo que é "entretenimento puro") o suficiente. Eu provavelmente não continuarei a ler a série, mas se você é fã de The Body Finder, adoraria ouvir sua opinião. Acho que honestamente é um livro que pode crescer e talvez não seja tão mal assim dar uma chance para pelo menos mais um da saga. Que tal vocês me ajudarem dessa vez?

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