![]() |
Nooossa! Quantos jog... opa, peraí! |
Aí, você que jogava videogames nos idos de 1998, se depara com um livro chamado Umbrella Conspiracy na prateleira de literatura estrangeira da livraria, baseado em uma famosa franquia de de jogos da época (que hoje já está pronta para ser mandada para casa de repouso). O que você pensa? "Caraca, maluco! Tenho que comprar esse livro!". O que sua mãe pensa? "Meu filhinho, um ávido leitor. Que orgulho.".
Não se engane, mamãe. A possibilidade de o que está escrito numa embalagem de seis unidades de rolo de papel higiênico ser melhor elaborado que o conteúdo dessas obras é enorme. Claro, existem exceções. Mas é por isso que recebem esse nome. Porque são exceções.
MOTIVO 1: Saem do nada. Vão para lugar nenhum.
Lembra do livro que falei ali em cima? Ele é baseado no primeiro jogo da franquia Resident Evil (sim, aquele que faz você vomitar seu pâncreas pela orelha por causa de um cachorro que quebra uma janela). Baseado é uma palavra forte. Ele é praticamente o rejunte do jogo, preenchendo lacunas que foram acidentalmente abertas na história original.
Até aí, o livro foi só caça-níquel, mas não é algo grave. O problema chegou com o terceiro livro, lançado ANTES do terceiro jogo. Ambos, continuações diretas de seus respectivos "primeiros". E o problema? Lembra a série que você viu nascer e crescer no mundo dos livrinhos? Ta-daaaaa, sumiu. O jogo invalidou a história contada no livro, já que é a mídia principal, aleijando a série literária por um bom tempo.
Ou seja, se o jogo não quiser que a série de livros vá pra frente, ela não vai.
MOTIVO 2: Falta de assunto
Sabe quando você vai tentar se aproximar da menina mas não consegue pensar em nada para falar? Parece que é exatamente esse o sentimento dos escritores ao conceber a maioria dos títulos baseados em jogos.
Para que RAIOS vou comprar um livro que conta a mesma história que vi no jogo? Por que não escrever sobre algo como "As aventuras do personagem secundário"?
MOTIVO 3: A melhor desculpa para lançar escritores ruins
Olhe, não estou julgando escritores iniciantes, longe disso. Porém, usar a desculpa "É baseado em joguinho, ninguém vai notar que é ruim" não cola mais. Ler um livro mal escrito é igual aquele momento constrangedor que alguém tenta contar uma piada que não lembra completamente.
Parece que o editor e o escritor do livro são crianças de 3 anos que não sabem com o que querem brincar primeiro:
Escritor de 3 anos de idade: "Coloquei uma bomba, aí explode a fábrica, aí coloquei o personagem correndo, aí ele caiu, aí explode, aí ele atira, aí ele corre......... eita, esqueci de dizer que ele leu um documento importante"
Editor de 3 anos de idade: "Coloca no final, junto com todas as 64 outras informações que você esqueceu de incluir antes. E diz que ele é o pai da menina que ele quer namorar. E diz que ela é a assassina esquizofrênica. E que eles dois fazem parte de uma seita satânica formada somente por sonâmbulos."
E O MOTIVO 0,5: Esses livros existem porque fãs são vermes (eu incluso)
Existe algum ser mais verme do que fã? Não. E onde existem fãs, existe alguém querendo ganhar dinheiro fácil. E sinceramente, não tem como sair algo bom, com muita frequência, dessa combinação.
![]() |
Briga, briga!!! |
Com os jogos fazendo cada vez mais sucesso, continuaremos a ver obras medianas ou medíocres ocupando espaço que outras, mais bem elaboradas (como a embalagem de 6 rolos de papel higiênico), mereciam ocupar. E como livros hoje estão virando artigos de luxo, esses exemplares não podem receber o título que lhes cabe: o entretenimento "coxinha".
Se pelo menos os livros baseados em jogos fossem iguais os da imagem abaixo, valeriam cada centavo.
![]() |
Ain, que fofurinha cuticuti... |
0 comentários: