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Estréia da Série "Jogos dignos de um livro" |
Livros estão em toda a parte. No fundo do seu armário da escola, na pilha bagunçada de uma biblioteca, esquecido no porão empoeirado da casa da sua avó.... Enfim, em qualquer esconderijo que você possa imaginar. Esta personalidade viajante da família papirus livrae - composta por uma série de primos mochileiros viciados em Foursquare - permitiu que hoje, um livro não precise mais se limitar ao universo das páginas materiais. E não, não estou falando apenas dos ebook. Me refiro aos filmes, séries, peças, danças, fotos, pinturas e video games que tem uma essência tão dinâmica e complexa que poderiam se transformar em bons, algumas vezes ótimos, livros. Então eu pensei comigo mesmo: "Ok, Trinta. Falar de livros adaptados por filmes já tá muito mil novecentos e sempre. Que tal mostrar um pouco os potenciais livros escondidos em jogos de video games?" Cheque mate! Este post é uma ideia minha - como um player amador, mas com uma paixão sincera por este universo (Eu jogo desde pequeno, mas não sou nenhum gamer super duper incrível) - para mostrar que video game nunca foi apenas para passar de fase.


Imagine um mundo dominado por um fungo misterioso, capaz de matar pessoas e reanimar seus cadáveres. Estes são chamados de Infectados, o que, cá entre nós, não deixa de ser uma espécie de zumbi. Com as cidades sendo abandonadas, a natureza toma aquilo que sempre foi seu, transformando ruas e prédios em uma grande floresta urbanizada. A unidade militar evacuou a população para zonas de quarentena, na qual os sobreviventes são constantemente examinados para detectar qualquer sinal do fungo; uma vez encontrado, a vítima é obrigada a declarar eutanásia. Joel trabalha no mercado negro dentro de uma dessas zonas de quarentena, vendendo armas e drogas. Um evento desconhecido o faz prometer a um antigo amigo a tomar conta da pequena Ellie, a qual ele vira um guardião e amigo. Por algum motivo ainda não revelado, os militares passam a persegui-los... E Joel e Ellie precisam se aventurar pelas cidades abandonadas para sobreviver de todas as maneiras possíveis.
Esta grande promessa para o Playstation 3 com o lançamento programado para 2013 tem gerado inúmeros comentários por toda a internet, principalmente depois de sua primeira exibição mundial na E3 2012 (Electronic Entertainment Expo), o maior festival de videogame do planeta. Além dos gráficos incríveis que nem parecem da geração atual de consoles, o jogo foi muito elogiado pela química entre os dois protagonistas, com diálogos críveis e muito bem trabalhados. Aparentemente, o clima realístico e pesado das decisões que Joel e Ellie tem que fazer no seu dia-a-dia como sobreviventes de um Estados Unidos solitário é tão intenso e envolvente que o próprio enredo do jogo parece ter saído de um roteiro de Hollywood - Ou porque não, de um livro distópico.
P.S: Notou alguma coisa sobre o físico de Ellie? Sim, ela foi desenhada e construída a partir da atriz americana Ellen Paige!
A história de Heavy Rain é construída como um verdadeiro thriller dramático estilo film noir, centrado em quatro protagonistas envolvidos com o mistério do assassino do Origami, um serial killer que usa longos períodos de chuva para afogar suas vítimas. O jogador interage com o jogo realizando ações destacadas na tela relacionadas aos movimentos no controle. As decisões do jogador e ações durante o jogo irão afetar a trama, os personagens principais podem ser mortos, e certas ações podem levar a diferentes finais.
A mágica de Heavy Rain é a sua capacidade de te inserir dentro do jogo,como um verdadeiro livro interativo. Todas as escolhas que você faça, seja controlando Ethan Mars - um arquiteto que descobre que o seu filho pode ter sido sequestrado pelo Origami - Madison Paige - uma jornalista solitária envolvida no caso por pura e espontânea curiosidade profissional - Norman Jayden - um agente do FBI viciado em drogas - ou Scott Shelby, - um policial aposentado e asmático que também faz as suas próprias investigações sobre o caso - podem modificar completamente a história do jogo, desde matar ou não uma pessoa até abrir a cortina da janela de seu quarto. A realidade ampliada de Heavy Rain o fez ganhar o título de um dos melhores jogos exclusivos de Playstation 3 em 2009, com avaliações fantásticas de sites como o IGN, Metacritic e Gamervision. Mas eu, particularmente, dou minhas próprias palmas para esse novo conceito de video game, tratando-o como algo muito mais profundo do que puro entretenimento. Heavy Rain é uma obra de arte.
Em um futuro não muito distante, conhecemos Seto, um garoto tímido e melancólico que sempre morou em um observatório repleto de livros. Quando o misterioso velho que o criava morre, Seto percebe que ele não poderia ficar ali sozinho para sempre e decide viajar pelo mundo a procura de alguém para lhe fazer companhia. Assim que sai pela primeira vez para este vazio e destruído lugar que nunca havia visto na vida, o jovem protagonista encontra uma garota de cabelos prateados olhando para a lua, com um brilho que não consegue explicar. Ele tenta falar com ela, a Garota de Cabelos Prateados foge, deixando-o desnorteado e sem reação. Por ser a única chance de ter alguém por perto, Seto se joga em uma busca apreensiva em que as únicas pessoas que vagam nas ruas são lembranças dos mortos de um planeta abandonado.
Este é meu jogo favorito. Ele é triste, singelo, nostálgico e solitário (nada expressa melhor a essência de Fragile Dreams do que solidão), com uma história que pode ser caracterizada como uma mistura de As Vantagens de Ser Invisível com Eu sou a Lenda. Só para você ter uma ideia, você sai por este mundo completamente destruído - mas com cenários lindíssimos, como um parque de diversões à noite e uma estação de trem iluminada por um céu púrpura - e encontra objetos que, um dia, já pertenceram a pessoas que não existem mais. Toda vez que você os encontra, o fragmento de uma lembrança aparece para você, como uma página de um livro, contando o resquício de uma vida que você nunca irá conhecer. Lançado em 2009 para o Nintendo Wii, Fragile Dreams: Farewell Ruins of the Moon é um dos jogos mais choráveis que eu já vi na vida, e talvez exatamente por ser um jogo muito mais "história" do que "jogabilidade" (uma crítica ruim que muitos gamers teceram para ele), FR tem um conceito que merecia ter o seu próprio romance.
Hoje trouxe três títulos dos consoles PS3 e Wii, para poder agradar todos os tipos e gêneros. Sempre que puder tentarei trazer jogos diferentes, talvez até uns bens antigos, porque uma boa história nunca significou necessariamente tecnologia de ponta e gráficos perfeitos. Espero que tenham gostado e até o próximo JDL!
Fontes: IGN, Wikipedia, Animespirit, Revista Playstation Oficial Brasil, Experiência Própria.
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