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Vault Boy doesn't approve... |
Eu sou uma pessoa desorganizada. Esse é um fato inegável sobre a minha pessoa e não há orgulho nisso. E claro, como (quase) toda pessoa bagunceira, eu levo essa minha característica para diversos ângulos da minha vida, inclusive no que guardo a minha paixão por literatura. Faço anotações em páginas de livros, dobro a quina porque esqueci aonde coloquei o marcador... Sou o terror de qualquer bibliotecária. Por isso, se tem coisa que me tira do lugar é ouvir a seguinte fala, abre aspas (cof, cof *voz autoritária*): “Nossa, Trinta, nem parece que você gosta de livros cuidando deles desse jeito!”, fecha aspas. Bom, hoje eu tenho uma resposta para isso.
Em primeiro lugar, tenho um sério problema com a ideia de “livro bem cuidado”. A função de um livro é, desde que me entendo por gente, ser lido. Uma definição bem simplista, mas se tirarmos o sentimentalismo da coisa, essa é a ideia principal. Logo, se um livro cumpre a sua função, é porque possui todas as páginas bem impressas pela gráfica, devidamente diagramadas e organizadas para facilitar a nossa leitura. O livro ter uma capa bonita e elegante é interessante. O cheirinho de novo é atraente. Mas nada disso é mais importante do que o livro continuar a ser legível.
Ainda assim, me surpreendo com o tom de repreensão que escuto de algumas pessoas quando me veem, por exemplo, usando a aba da contra-capa como marcador. “É um desacato!”. “Que desperdício!”. “Você não tem mâe?”. Deixa eu falar uma coisa... Não há nada de errado em querer que os seus livros sigam essas regras, mas não exija isso de mim. Se você tem como livro bem cuidado o padrão “Livraria Saraiva” em mente, tudo bem. Tenho certeza que deve ser legal ter uma estante cheia de livros com folhinhas branquinhas e sem amassados. Acho muito legal ver no Tumblr aquelas fotos cheias de filtros de quartos com livros organizados por cores que parece que a pessoa gastou pelo menos um final de semana inteiro para deixar tudo em perfeita harmonia. Maaaaaas para algumas pessoas (como moi), isso é com-ple-ta-men-te irrelevante. Sem contar impraticável com o tanto de coisa para estudar ou fazer no dia-a-dia.
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"Para o papai, esse livro é especialmente para você. Com amor, Rachel nove "anos e meses". Fofo! |
Ah, mas claro, sempre vai ter aquele indíviduo que vai dizer que isso não é ter amor pelo livro. Haha, é rir para não chorar.
O meu amor por livros está no carinho que eu tenho pelas histórias que eles me dão. As lembranças que eu guardo de cada um deles são fantásticas, sem contar eternas em alguns casos, e não há nada, para mim, que mais conserve isso do que quando eu faço um rabisco em uma página para me lembrar de um trecho em especial que me deixou emocionado ou apenas tirou um sorriso do meu rosto. O amor por um livro é saber que eles existem. É lembrar deles. E ocasionalmente voltar a eles em uma nova leitura, até porque, um velho amigo sempre gosta de ser visitado.
O meu amor por livros está no carinho que eu tenho pelas histórias que eles me dão. As lembranças que eu guardo de cada um deles são fantásticas, sem contar eternas em alguns casos, e não há nada, para mim, que mais conserve isso do que quando eu faço um rabisco em uma página para me lembrar de um trecho em especial que me deixou emocionado ou apenas tirou um sorriso do meu rosto. O amor por um livro é saber que eles existem. É lembrar deles. E ocasionalmente voltar a eles em uma nova leitura, até porque, um velho amigo sempre gosta de ser visitado.
Qualquer dono de livro que consegue manter os seus “filhos” em um estado bom o bastante para que ele ainda possa ser lido já os torna “bem cuidados”. Eu ADORO emprestar livros e acho que não há nada mais gostoso do que ver que você fez alguém gostar da leitura porque apresentou o livro certo para aquela pessoa. Graças a deus eu já tivesse essa experiência e, muitas vezes, já vi pessoas DEIXANDO de emprestar livros por causa de vaidade, uma coisa, na minha singela opinião, que beira ao egoísmo.
Se você não gosta de emprestar livros porque tem medo dele ser “destruído”, por favor, reconsidere. Essa é a única ideia que eu realmente vou tentar empurrar pra cima de você nesse post. Não há livro que seja mais valioso do que ver outra pessoa sentir o amor da leitura. É um prazer gratificante que fará um bem tão grande para a outra pessoa que eu não conseguiria citar aqui sem ter que recorrer a outro post só sobre o assunto.
Sabe, tem livros espalhados por todo canto da minha casa, formando pilhas e até caídos atrás do sofá. Às vezes me pego surpreso encontrando um livro que não lembrava que tinha (uma experiência maravilhosa, acreditem!). É, eu sou um caso perdido, eu sei. E por favor, esse não sou eu tentando vender o meu estilo de vida porque até eu tenho que admitir que as coisas que eu faço às vezes são psicologicamente preocupantes HAHAHA. Só que eu tenho certeza de uma coisa: Eu tenho livros muito amados. E sinceramente? Isso é o suficiente para mim.
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