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Um livro de Patrícia de Luna. |
Há alguns posts atrás, tive a deliciosa experiência de entrevistar a Patrícia de Luna, autora do romance histórico Saga de Bravos. Com a vivacidade na fala de quem tem muita história para contar, ela delineou para a gente a sua trajetória ao construir essa obra, uma épica aventura repleta de misticismo, romance e viagens (físicas e temporais!). E como já era esperado, o Trinta aqui não pode deixar de trazer uma resenha quentinha para quem tá curioso em saber como foi a nossa passagem pelos 32 caminhos e 50 portas de Saga de Bravos. Pode deixar que eu não me perdi nesse labirinto!
Como de costume, vamos ao básico da trama: Ariadne é uma cantora de Trance Opera (uma mistura de música eletrônica e canto lírico) que conhece em uma festa um misterioso e belo rapaz chamado Simão. Apesar das investidas avassaladoras de Simão a assustar, Ariadne também sente uma atração poderosa por ele. Por isso, ela acaba se deixando levar em uma viagem repentina e impulsiva deixada as mãos daquele estranho, que a apresenta a lugares inimagináveis em países distintos. Porém, Ariadne logo descobre que ela e Simão tem uma história muita maior do que ela imagina; um amor que consegue superar as inexplicáveis linhas do tempo. E é nas páginas de um antigo livro que Simão entrega a Ariadne que ela poderá entender porque esse sentimento forte existe entre os dois... Esse livro, queridos, se chama Saga de Bravos.
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Patrícia de Luna, a autora. |
No entanto, o mesmo aspecto descritivo da trama acabou reforçando um dos pontos que mais me incomodou na obra: o excesso de informação. Muitas vezes, senti que a linha principal da história perdia o foco devido as inúmeras inserções da autora em relação ao contexto histórico, deixando a narrativa arrastada e, às vezes, até difícil de entender. Era a importância histórica de um monumento específico que ficava em uma praça ou a forma como véu de determinada personagem secundária refletia na forma como os outros a tratavam... Enfim, descrições bonitas às vezes, mas que, infelizmente, deixavam os parágrafos obtusos e com pouca coerência. As mudanças de narradores nos capítulos e até a passagem de tempo na trama também complicaram esse problema; não era incomum você se perder na linha do tempo no passar dos capítulos e eu, muitas vezes, tive que voltar para um determinado capítulo porque eu não lembrava o que estava acontecendo antes do "capítulo em flashback" que acabara de ler.
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Capa do Livro. |
Uma surpresa bônus que tive também se refere ao próprio relacionamento dos personagens principais: As cenas de sexo de Saga de Bravos conseguem "quebrar a mesmice" e, mesmo que tenham uma forçação de barra aqui e ali, fazem você sentir a paixão existente no triângulo amoroso Simão x Ariadne x Hebrom. Você acredita no desejo dos personagens e isso, para começo de conversa, é muuuuita coisa! Claro que, de longe, o sentimento de Simão por Ariadne é o mais bem explicado no livro, mas isso não impede de nos conectarmos também com o personagem Hebrom. Cuddles to that!
Talvez Saga de Bravos não seja um livro para todos, mas eu acredito que ele possui sim o seu potencial. Recomendaria essa leitura especificamente para aqueles que possuem uma inclinação esotérica ou para aqueles que tem um apreço por ficção histórica. Para esses, eu também indico o livro Veronica Decide Morrer, que eu também resenhei aqui no Escolhendo Livros (e adorei, por sinal). No fundo, no fundo, é tudo uma questão de dar uma chance: Se nunca provou o prato, pelo menos dê uma colherada.

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