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Oi, pessoal! Hoje estreamos uma nova coluna aqui no Escolhendo Livros. A cada edição do Livro do Mês, um dos escolhedores da nossa querida equipe EL falará um pouco sobre as suas leituras mensais, soltando algumas "primeiras impressões" para deixar vocês preparados para as resenhas que possivelmente pintarão por aqui no site . Então, no post de hoje adotarei um tom mais pessoal no estilo olhe-que-legal-eu-escrevo-em-primeira-pessoa-como-sou-próximo-do-leitor e falarei dos livros que estou lendo atualmente, sobe o que falam, o que eu estou achando deles, etc, etc. Venham comigo!

Alameda dos Pesadelos - Karen Alvares (resenha em breve)

Vívian era apenas uma mulher solitária, com uma vida normal, presa em sua rotina sem graça, até a noite em que presencia um acidente. A partir daí seu pesadelo começa; ela passa a ter visões de um homem que conheceu no passado e desejava nunca mais encontrar. E o pior: ele quer vingança. Até que ponto um pesadelo é fruto da imaginação? Vívian descobre que o limite entre a alucinação e a realidade é tão pequeno que a loucura está a apenas um passo de distância e o pesadelo pode estar escondido na nossa mente, como um monstro à espreita, esperando sua chance de despertar. E para escapar do seu horror particular, Vívian precisará entender quais foram seus erros. E finalmente aceitar a própria culpa.

Eu sempre quis ler esse livro. Depois de ler um conto da Karen na coletâneo Meu Amor é um Sobrevivente, então, a vontade foi para prática. A escrita dela é ótima: crua, direta, irônica, misteriosa e sem deixar o leitor na mão. Em Alameda dos Pesadelos, vejo o ápice narrativo da autora: os personagens são muito bem desenvolvidos em níveis psicológicos e emocionais, tornando-se reais ao leitor. A trama ocorre em um ritmo cheio de digressões que lembra muito A Guerra dos Tronos naqueles momento em que você está lá, prestes a descobrir algo, e é cortado por um mistério que surge do nada e te faz simplesmente querer engolir o livro para saber o que houve. Alerta: vicia. 

Tesouro dos Mares Gelados - Ana Lúcia Merege (resenha em breve)

Das selvagens Terras Geladas de Athelgard, o jovem Thorold e seu irmão Karl são enviados em busca da cura para a doença de seu tio e senhor, o poderoso Sigurd Barbagris. Ora rivais, ora aliados, cada um deve liderar sua tripulação numa arriscada viagem até a Ilha dos Ossos, onde o perigo e o inesperado serão seus constantes companheiros de jornada. Entre naufrágios, piratas e criaturas fantásticas, Thorold conhecerá um pouco mais sobre si mesmo e traçará a rota para seu próprio futuro – embora este possa não ser o que imaginava ao partir.

A Ana é uma escritora de primeiríssima qualidade, e isso eu repito mil vezes. Aqui ela mostra mais ainda as terras de Athelgard, onde se passam as histórias de O Castelo das Águias e A Ilha dos Ossos. Os personagens chamam muito atenção pela sua estrutura complexa e pela forma como a narração e o ritmo dão rumo à história, pegando o leitor pela mão e o imergindo no mundo criado pela autora.

Piratas (resenha em breve)

Você já sonhou em navegar pelos sete mares, enfrentando sereias e saqueando tesouros? Ou, quem sabe, você prefira uma dose de rum e um voo em um dirigível? Ou então viajar por mares antigos e misteriosos, vingando seu amor perdido, enfrentando abutres sanguinários, vendendo relíquias não tão preciosas assim? Ahoy, leitor, então seja bem-vindo a bordo de Piratas, um navio onde dez grandes autores se reúnem para contar as histórias mais incríveis de todos os mares sobre... piratas, é claro! Içar velas, marujos! Vamos partir rumo à aventura!

Quer coisa melhor que piratas? Sério: rum, navio, mistério, palavrões, lutas e mar. Sério, preciso falar mais? Essa coletânea é incrível: todos os contos que li até agora me satisfizeram de uma forma incrível pela construção narrativa (eu falo muito nisso, né? Mas é importante, gente), histórias completamente inusitadas e originais e que saem do clichê do pirata com papagaio no ombro e perna de pau, etc. Piratas expande o seu nível de vontade de se atirar num navio pra procurar tesouros ao MÁXIMO.


Existem alguns detalhes que viajantes nunca podem se esquecer: não leve peso demais, apenas o necessário em sua mochila (afinal, nunca se sabe quando você precisará correr de um lobo ou coisa pior); comida e água são essencias - mas apenas o que realmente alimenta e hidrata. Nada de porcarias. Algumas ferramentas podem ser úteis (se forem mágicas, melhor ainda!). Ah, se você não possuir uma bússola ou mapa, as coisas podem ficar complicadas. Mas, a principal coisa que deve ser levada por um viajante, é a coragem - a ousadia. Essa sim é a semente de toda a mágica e é ela que cria histórias inesquecíveis.


O primeiro livro de Laísa Couto já mostra de cara o que a autora deseja mostrar: ela escreve a fantasia clássica. As viagens épicas, a magia, os inimigos e todas aquelas sensações que nos acompanham em sagas marcantes da literatura fantástica. Todos esses elementos, porém, são retratados de forma original e singular - sem parecer a escrita de tal autor ou os elementos de tal livro.


Rheita é órfã de mãe e a única neta de um joalheiro falido. Por mais que seu avô tente, os esforços para isolar essa garota de 10 anos do mundo e esconder sua verdadeira identidade são inúteis.
Inteligente e esperta, a curiosidade da garota leva-a a uma descoberta no antigo quarto da mãe. Encontra a metade de um mapa mágico, mas qual seria a relação disso com o desaparecimento de seu pai?Quando Kiel, o filho gago do sapateiro, faz revelações incríveis a Rheita,  juntos partem para uma aventura repleta de segredos ainda maiores, rumo a um outro mundo, Lagoena, a Terra Secreta que corre grande risco de não mais existir.A menina deverá salvar esse lugar mágico, protegendo o tesouro do mapa da cobiça de um imperador amaldiçoado, enquanto segue o maior desejo de seu coração: encontrar o pai que nunca conheceu.



A boa literatura é aquela que é, acima de tudo, verossímil. Não importa quão absurda seja a história, se ela nos faz acreditar em seu propósito, cumpriu seu papel. Lagoena diz e faz. Da mesma forma que ocorre com Rheita, somos arrastados para dentro da história totalmente: visualizando cada mudança no clima de Lagoena, cada sentimento dos personagens, cada revelação do mapa mágico é acompanhado por nossos olhos de forma encantadora. O romance possui uma escrita muito bonita, que é complementada com uma estrutura narrativa gloriosa. O enredo é cheio de reviravoltas, surpresas e cenas belas e diáfanas, que deixam o leitor viciado.

Gosto da forma como os personagens são fortes e bem descritos, além de que se complementam de forma exemplar. Não existe um personagem sequer que não ocupe função necessária (por que apenas algumas frases bonitas ou descrição de um jeito peculiar não justificam a existência de um personagem). Rheita complementa Kiel, e este mostra-se quase um protagonista em diversas situações. Não apenas ele, todos os personagens que aparecem na história tem papel fundamental: seja para dar um rumo a Rheita, ou para dar dicas essenciais para o leitor; nada acontece ao acaso no roteiro deste romance.

O mapa de Lagoena
Um dos pontos que acho sempre interessante tocar é como a história será "degustada" por diversos tipos de leitores. Lagoena possui uma escrita simples (e não simplória, palavras muito "rebuscadas" podem dar um tom forçado na escrita; como se alguns escritores tentassem dar um tom machadiano para parecerem inteligentes #ficadica) e uma história primordialmente infantojuvenil. É a jornada da pessoa que precisa amadurecer através do meio, que se descobre e fortalece, cria laços e sentimentos que a acompanharão por toda vida. Porém, um leitor já adulto, que não precisa de uma leitura que o ajude a "se encontrar", irá ter uma reflexão incrível, também. Há momentos da narrativa que são de uma densidade incrível, que geram frutos filosóficos, por assim dizer, capazes de acalentar grandes conversas. Lagoena é um livro, portanto, para todos. Os seus níveis de leitura vão desde o simples entretenimento até a mais profunda revelação - a história como espelho da alma do leitor.

Sou fã de Lagoena. A forma como a história me leva, de forma convidativa e sinuosa, cheia de mistérios e caminhos a serem seguidos - a sonoridade dos enigmas, clamando por uma significação maior do que a dada pelos próprios personagens - tudo isso transborda na minha alma enquanto leio, parando o tempo e mudança o próprio espaço. Não há muito o que se dizer, além de que Laísa Couto escreveu um clássico da nossa nova literatura.




Vault Boy doesn't approve...
Eu sou uma pessoa desorganizada. Esse é um fato inegável sobre a minha pessoa e não há orgulho nisso. E claro, como (quase) toda pessoa bagunceira, eu levo essa minha característica para diversos ângulos da minha vida, inclusive no que guardo a minha paixão por literatura. Faço anotações em páginas de livros, dobro a quina porque esqueci aonde coloquei o marcador... Sou o terror de qualquer bibliotecária. Por isso, se tem coisa que me tira do lugar é ouvir a seguinte fala, abre aspas (cof, cof *voz autoritária*): “Nossa, Trinta, nem parece que você gosta de livros cuidando deles desse jeito!”, fecha aspas. Bom, hoje eu tenho uma resposta para isso.

Em primeiro lugar, tenho um sério problema com a ideia de “livro bem cuidado”. A função de um livro é, desde que me entendo por gente, ser lido. Uma definição bem simplista, mas se tirarmos o sentimentalismo da coisa, essa é a ideia principal. Logo, se um livro cumpre a sua função, é porque possui todas as páginas bem impressas pela gráfica, devidamente diagramadas e organizadas para facilitar a nossa leitura. O livro ter uma capa bonita e elegante é interessante. O cheirinho de novo é atraente. Mas nada disso é mais importante do que o livro continuar a ser legível.

Ainda assim, me surpreendo com o tom de repreensão que escuto de algumas pessoas quando me veem, por exemplo, usando a aba da contra-capa como marcador. “É um desacato!”. “Que desperdício!”. “Você não tem mâe?”. Deixa eu falar uma coisa... Não há nada de errado em querer que os seus livros sigam essas regras, mas não exija isso de mim. Se você tem como livro bem cuidado o padrão “Livraria Saraiva” em mente, tudo bem. Tenho certeza que deve ser legal ter uma estante cheia de livros com folhinhas branquinhas e sem amassados. Acho muito legal ver no Tumblr aquelas fotos cheias de filtros de quartos com livros organizados por cores que parece que a pessoa gastou pelo menos um final de semana inteiro para deixar tudo em perfeita harmonia. Maaaaaas para algumas pessoas (como moi), isso é com-ple-ta-men-te irrelevante. Sem contar impraticável com o tanto de coisa para estudar ou fazer no dia-a-dia.

"Para o papai, esse livro é especialmente para você. Com amor, Rachel nove "anos e meses". Fofo!
Ah, mas claro, sempre vai ter aquele indíviduo que vai dizer que isso não é ter amor pelo livro. Haha, é rir para não chorar.

O meu amor por livros está no carinho que eu tenho pelas histórias que eles me dão. As lembranças que eu guardo de cada um deles são fantásticas, sem contar eternas em alguns casos, e não há nada, para mim, que mais conserve isso do que quando eu faço um rabisco em uma página para me lembrar de um trecho em especial que me deixou emocionado ou apenas tirou um sorriso do meu rosto. O amor por um livro é saber que eles existem. É lembrar deles. E ocasionalmente voltar a eles em uma nova leitura, até porque, um velho amigo sempre gosta de ser visitado.

 Qualquer dono de livro que consegue manter os seus “filhos” em um estado bom o bastante para que ele ainda possa ser lido já os torna “bem cuidados”. Eu ADORO emprestar livros e acho que não há nada mais gostoso do que ver que você fez alguém gostar da leitura porque apresentou o livro certo para aquela pessoa. Graças a deus eu já tivesse essa experiência e, muitas vezes, já vi pessoas DEIXANDO de emprestar livros por causa de vaidade, uma coisa, na minha singela opinião, que beira ao egoísmo.

Se você não gosta de emprestar livros porque tem medo dele ser “destruído”, por favor, reconsidere. Essa é a única ideia que eu realmente vou tentar empurrar pra cima de você nesse post. Não há livro que seja mais valioso do que ver outra pessoa sentir o amor da leitura. É um prazer gratificante que fará um bem tão grande para a outra pessoa que eu não conseguiria citar aqui sem ter que recorrer a outro post só sobre o assunto.


Sabe, tem livros espalhados por todo canto da minha casa, formando pilhas e até caídos atrás do sofá. Às vezes me pego surpreso encontrando um livro que não lembrava que tinha (uma experiência maravilhosa, acreditem!).  É, eu sou um caso perdido, eu sei. E por favor, esse não sou eu tentando vender o meu estilo de vida porque até eu tenho que admitir que as coisas que eu faço às vezes são psicologicamente preocupantes HAHAHA. Só que eu tenho certeza de uma coisa: Eu tenho livros muito amados. E sinceramente? Isso é o suficiente para mim.
"O Marciano" ia ficar muito mais legal. Tô só falando....
Não sei se já falei disso aqui, mas sou um nerd fanzoca de qualquer material que fale de futuro e, principalmente, de espaço. Qualquer coisa, desde viagens espaciais primárias, rumo ao desconhecido, a colonização de galáxias ou estudo de meteoros feitos de adamantium que vão colidir com a Terra no ano de 3568. Só detesto quando o assunto é ET olhudo. Fora isso, vale tudo (a não ser que você seja seguidor da Lei de Gil).

Agora que você já sabe disso, venho humildemente dizer que (momento tiete) ESSE LIVRO É UM DOS MELHORES LIVROS DE FICÇÃO CIENTÍFICA QUE JÁ LI!(fim do momento tiete).Mas calma, meninas, vou explicar (de forma imparcial, que fique bem claro) porque acredito que Andy Weir acertou em cheio ao largar um coitado sozinho no planeta vermelho (cara sem coração).

Para aqueles que até hoje tentam decorar a ordem do sistema solar pedindo pão pra velha mesmo sabendo que Plutão virou um pum, Perdido em Marte (The Martian, no título original) foi escrito por um programador (sim, programador) chamado Andy Weir e lançado originalmente em 2011, nos EUA, como um e-book na Amazon, e custava mais ou menos US$1,00. O tempo passou, o livro vendeu, a história foi ficando famosa e os direitos foram finalmente comprados por uma editora e o livro saiu "oficialmente" ano passado.

Nele, o astronauta, botânico e faz-tudo Mark Watney e sua equipe fazem uma viagem para Marte como parte das missões Ares, da NASA, para aprenderem mais sobre o planeta vermelho (o de sempre, nada de especial). Mas, como merd%@ acontecem, uma tempestade de areia forte demais encurtou a visita e, de quebra, levou nosso amigo botânico de brinde. Como a equipe não conseguiu encontrar Mark em lugar nenhum e a tempestade só piorava, tiveram que dá-lo como morto e sair correndo de lá. E aí, começa um dos melhores quase monólogos-pipoca que já li.

Um ótimo lugar pra quem vai a praia e não entra na água.

Tá, não vou dizer que o livro é um clássico instantâneo, é pipoca. Mas não é um pipocão qualquer, é gourmet o negócio. O livro é quase todo contado em um diário de missão que o astronauta grava todo dia (na verdade todo sol marciano) uma nova entrada, contando o que aconteceu com ele naquele dia, com a esperança de que alguém consiga, em algum momento no futuro, encontrar aquilo em uma nova missão e tirar algo de útil das experiências de Mark em Marte (Mark, Marte, hummmmmm...).

Ao mesmo tempo, coisas vão acontecendo na Terra, mais precisamente dentro da NASA, principalmente depois que a mídia descobre da "morte" do astronauta, deixando a agência no meio de um furacão de opiniões estranhas.

E é basicamente essa a estrutura. Temos monólogos de um cara largado sozinho num planeta sem ninguém e cheio de pedra e areia pra todo lado e politicagem (fraca, esperava mais) na agência de troços espaciais norte-americana. É, eu sei, parece boring. mas acredite, não é.

É, vai ter filme, mas pelo menos com dinheiro suficiente pra não precisar apelar pro Mark Wahlberg (risos)

Quem não gosta de ciência e coisas científicas talvez ache esse livro boring mesmo, mas quem curte vai ficar extasiado ao ver como os detalhes técnicos apresentados são tão... detalhados. Desde os procedimentos realizados por Mark para manter a atmosfera estável dentro de sua base inflável até coisas mais simples como tornar a terra estéril de Marte em algo utilizável (sim, se você é nerd, isso é simples, depois de explicado, claro), tudo é mostrado com detalhes, cada movimento, e o mais impressionante: não é chato. Como você fica empolgado querendo saber como ele vai superar cada uma das dificuldades que vão aparecendo e como o livro afunda o pé na "realidade" (considerando que temos apenas teorias sobre como muitas coisas acontecem fora da Terra), ele te dá a certeza que tudo que ele faz e inventa é real, possível, e você compra a ideia.

Mas como nem tudo são doces, vamos colocar um pouco de areia no bolo. Tirando pelo personagem principal e uns dois na Terra, o restante dos personagens, que são muitos, é bem genérico. O livro é tenta ser tão realista que o autor acabou criando praticamente só gente comum. Astronautas, mas comuns. Demais. Confesso que simpatizei com todos eles, mas nenhum brilhou em momento algum (um deles, que achei que era uma mulher durona, descobri no final que era um homem). Ou seja, quando acabei o livro não senti saudade de ninguém, apenas de Mark. E como. Se você, como eu, mergulhar de cabeça no livro, talvez sinta o mesmo aperto no coração em diversos momentos (que não posso falar aqui, senão ia estragar tudo).

E posso dizer que foi Mark que me manteve até o final e não a história, que não passa na verdade de uma montagem com vários problemas o tempo todo para serem resolvidos, lembrando aqueles desenhos dos anos 80, onde os capítulos de bastavam sozinhos e não tinham uma linha temporal coesa. Sim, existe uma linha temporal no livro mas, no geral, ela é formada por uma colagem de situações problema. E por ter sido estruturado dessa forma, o ritmo ficou meio embaralhado. Nós temos a mania feia de comparar coisas de acordo com nossas experiências e classificá-las. Quando você vê o cara passando por um perrengue no primeiro terço do livro, você espera que lá pelo meio ele passe por algo pior e assim vai, só piorando. Mas eu achei que, no final, tudo que foi feito meio que foi esquecido. O que tinha pra resolver nem de longe era desafiador perto do que ele já tinha passado (só pra constar até o personagem diz isso).

Mas isso não estraga a experiência de forma alguma e, mesmo com o ritmo no estilo montanha-russa e história rasa, para mim, esse livro ganhou um espacinho no meu coração.

Mark Watney é legal, mas Marvin  é eterno <3

O BOM:
  • Detalhes, muitos detalhes, e todos apresentados de forma interessante, ajudando a história a ir para frente.
  • O personagem principal é tão gostável que você sofre junto até pelas coisas mais idiotas.
  • Por ser bem pé-no-chão, é difícil não aceitar que tudo que é mostrado seja possível.
O RUIM:
  • O ritmo do livro é descompassado e as situações problemas são desproporcionais e mal distribuídas.
  • A parte terrena do livro é rasa e sem desafios imprevisíveis ou mesmo interessantes.
  • Os personagens são muito comuns, com exceção do principal e mais uns 2.
Concorda? Discorda? Dê-nos a sua opinião nos comentários.

P.S.: Eu sei que o livro tem mais do que falei aqui, mas fiquei com pena de entregar alguma coisa.



Uma boa história de detetive precisa de muito mais do que apenas um mistério para conquistar a nossa atenção. Se refletirmos um pouquinho sobre o assunto, esse é apenas o primeiro passo para a construção de um bom romance policial; criar o ponto de interrogação para atiçar a nossa imaginação de leitor. Mas a alma do mistério vai muito além disso. Uma rápida passada pelos grandes whodoneits da literatura mundial nos revela que não há crime impactante que se segure sem um grande herói para resolvê-lo. Pode ser um gênio da lógica como Sherlock Holmes ou uma mente sábia e intuitiva como Hercule Poirot, não importa! - Não há leitura mais recompensadora do que aquela na qual admiramos o nosso herói. E posso dizer que Cormoran Strike, o detetive "com cara de mal" de O Chamado do Cuco, tem tudo para se tornar o novo queridinho dos romances policiais da atualidade.


Somos apresentados a Cormoran em uma situação nada agradável. Seu escritório de investigação particular não anda bem das pernas, o aluguel está atrasado e o seu casamento acaba de dar o último suspiro. Como não possui dinheiro para pagar uma secretária fixa, Strike acaba sendo obrigado a contratar a empresa Temporary Solutions, que lhe manda uma secretária por semana por um preço mais acessível (parece uma saída barata, mas acredite se quiser, não é sempre que ele pode esperar uma "boa profissional" para o ajudar com a papelada, né?) . Apesar de tudo parecer estar indo por água abaixo, uma chance de ouro aparece na porta de Cormoran quando John Bristow procura por seus serviços. Este é o irmão da famosa top model Lula Landry, uma jovem problemática que recentemente caiu da sacada de seu apartamento em um suposto suicídio amplamente noticiado pela mídia. Aos poucos, acompanhamos o Detetive Strike em uma investigação cautelosa por dentro de um mundo onde dinheiro, fama e poder dita as regras do que realmente pode ser dito.

Apesar de termos mais uma vez uma trama que lida com a velha história dos "ricos e suas riquices", Roberth Galbraith* consegue tirar água de pedra desse típico lugar comum. Não há um desfile de personagens belos, mas sórdidos "pelo bem do esteriótipo". Os detalhes da narrativa não esbanjam o glamour do cenário ou batem na velha tecla do quanto tudo aquilo parece superficial. A verdade é que o autor parece muito mais preocupado com a construção de um mistério compreensível e realista em que os personagens fazem sentido dentro de seu contexto. Claro que teremos uma modelo com tendências fúteis ou um milionário galinha. Mas não é só dessas alcunhas que os personagens se definem. A mesma modelo fútil pode se demonstrar uma grande amiga da vítima em determinado momento. Aquele personagem com todas as características de "um sujeito boa praça" pode ter feito uma pequenina coisa que fez toda a diferença para que o mal acontecesse. Se há uma coisa que senti em O Chamado do Cuco é que, por mais que a história parecesse ter aquela mesma base de sempre, havia sempre uma grata surpresa do outro lado da página pronto para puxar nossa orelha com um "Ei, também não é bem assim".

Estou me corroendo a cada parágrafo para não deixar algum spoiler escapar a cada teclada, mas possivelmente uma dessas surpresas está na relação entre Cormoran Strike e Robin, sua secretária temporária da vez. Para começo de conversa, os dois personagens são incríveis por si só: Cormoran como um detetive que só tem a cara de poucos amigos (porque eu imaginei o coração dele como um pacote de manteiga no microondas) e Robin como a secretária com mais tendências a sidekick que o próprio Robin do Batman (Ha, não resisti ao trocadilho infame.). Quando juntos então, parece que a história consegue fluir ainda melhor. Talvez uma das poucas críticas que tive era o quanto queria mais cenas dos dois juntos investigando o caso. Tenho grandes esperanças disso no próximo livro, mas isso ainda é uma incógnita na minha cabeça. 

Só para dar o meu pitaco sobre a ~solução do caso~ (a seguir, não darei spoiler, mas se não quiser nenhuma chance de informação do que vai acontecer, PARE AGORA!), admito que não foi lá o "quem" que me agradou. Não sei porque, mas eu já tinha na cabeça qual era a pessoa culpada e o motivo, maaaaaas, graças a deus, como em todo bom whodoneit, é o "como" que realmente importa. e os momentos finais me deixaram muito satisfeito e empolgado. Dá para pedir mais do que isso?

Já leu O Chamado do Cuco? Não deixe de comentar aqui as suas impressões ou suas expectativas.

*Apesar de já ser um fato pra lá de noticiado e exposto no próprio livro, Robert Galbraith é um pseudônimo de J.K. Rowling, autora de Harry Potter. Como eu, particularmente, tenho a política de respeitar pseudônimos, preferi respeitar durante o post o uso dele independente de qualquer coisa.



Eeeee preguiça de fazer capa nova...

Taí, uns meses atrás eu falei do primeiro livro da série Roda do Tempo, chamado O Olho do Mundo e, se bem me lembro, tinha gostado daquele enorme aparador de porta dele. Porém, depois de muito pelejar (muito mesmo, estou com ele há mais de três meses), consegui finalizar o segundo. E já adianto. É lento. MUITO lento!

Para aqueles que passaram mais de sessenta anos lendo O Senhor dos Anéis (que é basicamente o tempo que eu acho que vou levar quando tentar), A Grande Caçada segue os acontecimentos do primeiro livro da série. Rand, a mulher insegura que não sabe o que fazer e cai no chão, de quatro, o tempo todo agora ciente que consegue tocar a fonte do poder, se concentra em treinar bastante com sua espada (hmmmm, sapequinha) e botar o pé na estrada para poupar todos os seus amigos queridos da tragédia que aconteceria caso ele ficasse maluco (já que homens que tocam o poder, ficam doidos, pirados, doidos). Mas, você logo percebe que ele está é chorando de medo de ser amansado pelas Aes Sedai caso elas descubram isso. Porém, considerando que ele não é o garoto mais sortudo do mundo (e que o livro tem que seguir em frente), muitas coisas acontecem e seus planos meio que vão por água abaixo.

Então, sabe isso que sintetizei aí, usando menos de um parágrafo? Demora 5 CAPÍTULOS pra acontecer......... CINCO CAPÍTULOS E-NOR-MES!!!!
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(me recompondo)
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Continuando, o livro não é ruim. Os grupos sociais, os costumes diversos, os reinos, tudo é mesmo de tirar o chapéu. Sério. O texto de Robert Jordan (que a luz o ilumine) é fluído e, apesar dos erros de tradução e alguns de gramática aqui e acolá, a história é bem redondinha e deixa um gancho intrigante e algumas pontas soltas de propósito pra você especular enquanto não lê o terceiro.

Mas meu filho, pra quê lamber tanto? O livro, apesar de ter um texto fácil, torna-se enfadonho pelo excesso de detalhes e pelo arrasta-arrasta de cenas. Não há NECESSIDADE de explicar todos os pensamentos do guri enquanto ele desce uma escada correndo. Isso fez ele demorar mais de 10 páginas pra chegar lá embaixo e, por isso, chegou tarde demais. Se ele não ficasse pensando como ele era feliz quando era fazendeiro (igual ele fez no primeiro volume TODO), o livro tinha acabado no capítulo 7 (exagero).

No primeiro livro, responsável por apresentar para o leitor o mundo onde a série vai se passar, detalhes e descrições apareciam apenas quando a história precisava deles para prosseguir no ritmo correto. E ainda tinha um glossário no fim que, apesar de achar uma coisa deveras preguiçosa, era conveniente para o texto e útil pra mim. Já no segundo, os detalhes entram no caminho da história, muitas vezes distraindo o leitor, fazendo situações que deveriam ser rápidas e tensas se tornarem enfadonhas. O esse livro deveria ser tenso. Muito tenso. Mas, foi sonolento.

Meu querido, acho melhor você largar a trompa, porque "deu ruim".

Voltando a falar da história, o nome A Grande Caçada não está aí por acaso (igual no primeiro que a porr............. não vou falar nada). Um artefato lendário chamado Trombeta de Valere, dotado do poder de levar seu dono (o que soprar nele) à glória, é caçado há muitos anos por inúmeros aventureiros. Esse evento tem um tempo certo para acontecer, e aqueles que participam dele são tratados como heróis pelas pessoas (afinal, se um deles conseguir a trombeta, vai que ele compra uma havaiana pra todo mundo que o ajudou?). Só que ninguém nunca conseguiu porque ninguém sabe onde esse troço está. A não ser você, caro leitor. E você vê o instrumento ser roubado, em primeira mão, pelos servos do Todo Tenebroso.

E é aí que está A grande caçada que o título do livro se refere. Na verdade, tem mais de uma, mas não vou entrar em detalhes pra não estragar a experiência de ninguém.

E então começa a lentidão ETERNA, com buscas inúteis por um rastro que parece ter sido feito de brincadeira, viagens extra-planares que poderiam ter durado 1/3 do tempo e contado a mesma história, talvez com uma carga emocional maior, e um personagem principal que parece ter lido romances atuais demais e se inspirou nas heroínas erradas de tão inseguro que ele ficou.

Tá, eu sei que ele ERA um fazendeiro de Dois Rios. Tá, eu sei que ele é menor de idade. Mas pelo amor de Deus. O cara passou por muita coisa no primeiro livro. E parece que ele não aprendeu absolutamente nada. E não amadureceu nada também. E ele pensa. Muito. Até as meninas, que TAMBÉM eram da mesma cidadezinha minúscula, pensam menos. Até o amigo "molecote" amadureceu mais. Boring...

Aceita que dói menos, neném.
O BOM:
  • Texto fácil e fluído (fica ainda mais fácil se você leu o primeiro livro).
  • As descrições das locações por onde os heróis passam continuam impecáveis.
  • O amadurecimento de alguns personagens do elenco de apoio é algo legal de acompanhar.
O RUIM:
  • O ritmo trai a história (que é mais interessante que a do primeiro livro) com poucos momentos empolgantes e esses mal distribuídos.
  • Detalhes, pensamentos e algumas descrições desnecessariamente grandes poluem o texto e prejudicam o andamento da história.
  • O personagem principal não entendeu nada do primeiro livro e ficou chato. MUITO chato.
Concorda? Discorda? Dê-nos a sua opinião nos comentários.




Oi, gente!

Como vão vocês? Espero que esteja tudo bem e que todo mundo tenha sobrevivido às manifestações do final de semana e que ninguém tenha nos feito passar vergonha. Enfim. Hoje, o colunista que vos fala vem com uma novidade, uma seção, ideia original do patrão, roteiro adaptado por mim, participações especiais à parte. Vem comigo que eu já conto o que é e cês vão entender tudo.

Como é de conhecimento de todos (?), eu escrevo pro Wattpad (vai lá me ler), uma plataforma online para publicação independente de textos literários (entre aspas, em alguns casos), onde tem escritos pra todos os gostos: contos, romances, poemas, fanfic de One Direction, meninas de treze anos que já se acham Cecília Meirelles e por aí vai. Daí, partiu a ideia de ~euzinho~ entrevistar algumas pessoas que eu conheço e participam do Wattpad. Portanto, sem mais delongas, apresento-lhes...


Se Fátima Bernardes tem um Encontro, eu também posso ter um, e só Deus pode me julgar. Encontro com Natinho vai trazer (quinzenalmente? mensalmente? anualmente? raramente?) entrevistas com escritores do Wattpad feitas por mim. Essa é uma forma de vocês ficarem por dentro do que tem rolado na ~cena underground (nem tão underground assim)~ da literatura independente. E podem ficar tranquilos, que no Wattpad tem muita tranqueira, mas eu vou trazer só o crème de la crème pra vocês!

Pra estrear nosso cantinho de entrevistas, selecionei uma autora que, segundo ela mesma, é nova na literatura. Paulista, solteira, 22 anos, membro do Wattpad há apenas cinco meses, Ana Cecília Brun já conquistou mais de 1,400 seguidores e mais de 950 mil acessos com seu romance de estreia, “Laços de um Sequestro”. Na entrevista de hoje, Ana fala sobre os planos para o futuro, sucesso, fama e talento (me formei na Escola Marília Gabriela® de entrevistas, gente, beijão). Ah, mantive o texto conforme a Ana me mandou, ok? Sem alterações.

(este é o avatar da Ana no Wattpad)
Natan: Oi, Ana.
Ana: Oi, oi, todo mundo!

N: “Laços de um Sequestro”. Conta pra gente sobre o que é essa história.
A: Huum... Bom, Laços de um Sequestro foi uma história que me surgiu na cabeça meio que de lampejo, da noite para o dia mesmo. Eu estava em casa querendo escrever alguma coisa e de repente me veio: “Por que não escrevo sobre uma mulher que é sequestrada e se apaixona pelo sequestrador”? E é isso, basicamente. Síndrome de Estocolmo, rs.

N: Uma coisa meio Caso Eloá?
A: HAHAHAHA! Não! De forma alguma, nada de tragédia, por favor.

N: Certo; então a protagonista, Alice, se apaixona pelo sequestrador.
A: Ah, sim. Ela se apaixona pelo sequestrador... E é isso o que eu posso dizer sem dar spoilers, haha!

N: Ok. Eu estava dando uma olhada agora, sua história está, até o momento, com mais de 950 mil visualizações. Esse número é muito expressivo pra histórias escritas no Wattpad. A que você atribui esse sucesso?
A: Essa é uma pergunta difícil. Eu realmente não sei de onde vieram todas essas leituras. Comecei a escrever a história sem muitas pretensões e, quando vi, a coisa foi crescendo e crescendo e se tornou isso tudo!

N: E como você se sente dando esse ibope todo?
A: Olha, francamente? Para mim não muda absolutamente nada. Por dois motivos: primeiro, porque 950 mil leituras significa que umas 15 mil e poucas pessoas leram o livro todo. O número não é assim tão assustador. Além disso, fossem 10.000 pessoas ou 100, eu escreveria com a mesma dedicação e o mesmo carinho, até porque ninguém que escreve no Wattpad está ganhando um centavo, então acho quantidade de leituras meio irrelevante. Prefiro ter a consciência de que fiz um bom trabalho a me deixar levar pelo que os números possam dizer.

N: Podemos então dizer que ser “famoso” no Wattpad é o mesmo que ser rico no Banco Imobiliário?
A: HAHAHA Sim!

N: Obrigado e um beijão pros meus haters que estiverem lendo isto aqui. Agora me diga uma coisa: “LDS” (vou abreviar por preguiça, sim?) é seu primeiro romance, né?
A: Isso!

N: E antes disso? Como é sua vida literária pré-Wattpad, ou pré-LDS?
A: Sempre gostei de escrever, mas nunca me aventurei por um romance. Escrevia umas crônicas pessoais, uns minicontos meio estapafúrdios, diários, mas o romance mesmo foi uma empreitada, que ainda não sei avaliar bem se foi bem sucedida ou não.

N: Os números não falam por si?
A: Não, não, de forma alguma, até porque tem MUITA coisa boa com pouca leitura no Wattpad e MUITA coisa ruim com milhares de leituras.

N: Te entendo muito bem (beijo enorme pros Reis do Wattpad™). Mas por que diz que seus outros escritos são estapafúrdios?
A: Não sei se essa seria a palavra mais adequada, mas é que eu sou uma escritora meio “traiçoeira”, por assim dizer.

N: Elabore.
A: Ah, é que eu não leio muito coisas do gênero de “LDS”, apropriando-me da sua sigla.

N: Você não lê romances “hot”?
A: Você considera “LDS” um romance hot? Haha

N: Você não?!
A: De jeito nenhum! Não quero nem de longe desmerecer o trabalho das escritoras que mexem com esse estilo de escrita, mas eu não me interesso nem um pouco. Acho que essas histórias tendem a atrair o público por um meio muito fácil, muito dado, que é o sexo “rasgado”. Algumas das poucas histórias que eu já li eram até bem escritas, mas usavam o sexo de uma forma TÃO vazia! Eu sou das antigas, sou romântica dessas bem bobas, acredito em fazer amor, em papai-mamãe, essas coisas caretas. Tanto é que em “LDS” só há duas cenas e meia de sexo, e as palavras mais “graves” que aparecem são “pênis” e “vagina”.

N: Hum... Interessante. Que tipo de conteúdo você costuma ler ou escrever?
A: Eu sou meio doida, haha. Gosto de coisa fora do convencional, coisa polêmica, marginal.

N: Tipo...?
A: Tipo histórias que envolvem traição, violência, incesto, diferenças grandes de idade, narrativa fantástica, romances lésbicos, gays, essas coisas.

N: Eu escrevo romances gays, cê não quer me ler, não?¹
A: HAHAHA, ué, por que não?

N: Você se inspirou em alguém da vida real pra escrever Alice e Martin?
A: Tem uma frase do Oscar Wilde que eu gosto muito! Quando ele foi julgado (agora não me lembro por que ele foi julgado), questionaram ele sobre os personagens do Retrato de Dorian Gray, e ele disse algo como: “Basil é como eu [Oscar] acho que sou; Henry é como a sociedade acha que eu sou e Dorian é como eu gostaria de ser”. Foi uma coisa mais ou menos assim. A Alice é como eu gostaria de ser: meio louca, engraçada, independente e tal. O Martin é como o homem dos meus sonhos deveria ser: um gentleman na medida certa. Mas não encontrei essas pessoas na vida real, infelizmente.

N: Por falar em Alice e independência: lendo seu livro, percebi que ela é uma personagem um tanto quanto destoante das personagens dos romances românticos modernos (aka new adult wattpadiano). Ela trabalha, ela tem sua estabilidade financeira, é dona de si, de suas atitudes, faz o que dá na telha, arca com as consequências e por aí vai. Essa criação foi espontânea ou você “desenhou” a personagem pra ser um “role model” mesmo?, algo que diferisse das Anastasia Steele e Bella Swan da vida?
A: Hum... Boa pergunta. Na verdade as pessoas têm uma visão da Alice um pouco diferente da sua. O que tem de gente que comenta a história dizendo a Alice é burra não tá escrito! Eu nem me dou o trabalho de tentar defendê-la porque, de certa forma, até entendo os leitores. Mas não fiz muito de caso pensado, não. A única coisa que eu pensei é que eu não queria criar uma personagem idiota, submissa a um homem, que fica louca, desesperada de paixão e joga tudo pro ar por causa disso. Alice é uma mulher, um ser humano, que não está acima de ninguém, que tem suas qualidades e defeitos, suas virtudes e fraquezas, e se envolve em situações que a fazem agir de determinadas maneiras. Para o leitor, é muito fácil julgar como ela deveria agir ou ter agido, provavelmente nenhum deles foi sequestrado tampouco se apaixonou pelo sequestrador! Por isso acabo relevando as coisas que leio nesse sentido, porque sei que o leitor se coloca na história com olhos de leitor, não com olhos de personagem.

N: Por falar em leitores: você tem muitas caprichetes (um beijo, Vinicius, por ter colocado esse termo na minha vida). O que você acha disso?
A: HAHAHAHAHA! Caprichetes seriam as leitoras da Capricho?

N: Exato.
A: HAHAHA! Adorei! Não, não, minhas leitoras são ótimas. No Wattpad eu deixei minha história com censura 13 anos e pais fortemente advertidos, até porque as cenas de sexo são até sutis, mas às vezes fico meio admirada com a quantidade de leitoras adolescentes que existe! Mas procuro tratar todo mundo muito bem; sempre respondo as perguntas, os comentários mais elaborados, essas coisas. É muito gostoso receber esse carinho das leitoras!

N: Momento TV Fama: projetos para 2015?
A: Haha! Muita gente me pediu uma continuação para LDS, mas não tenho planejado nada nesse sentido, não, até porque nem sei como eu continuaria de onde parei... Mas em breve eu devo lançar o livro físico de LDS de forma independente pelo Clube de Autores, para quem quiser colecionar, e, um dia, disponibilizar na Amazon também. Enquanto isso, talvez eu dê o ar da graça de vez em quando com algum texto menor. Preciso de férias!

N: Onde a gente pode te encontrar?
A: Meu user no Wattpad é AnaCBrun e o pessoal também pode curtir minha página no Facebook, facebook.com/anacbrunoficial.

¹ Eu falei pra Ana que excluiria essa parte da entrevista; ela pediu que eu mantivesse.
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Dei uma ligeira editada na entrevista porque, quando falei com a Ana, o livro ainda estava sem data definida pra sair do Wattpad. Mas, quem quiser ler, pode encontrar o livro online até o dia 1º de abril deste ano. Deem uma olhada na página dela, caso vocês se interessem pela história e queiram adquirir na Amazon, se ela puser à venda lá.

E é isso. Escolhi a Ana pra começar esta seção porque queria começar com alguém de peso. Das histórias que eu vi no Wattpad com as autoras mais populares, fiquei meio receoso de entrar em contato, até porque não conheço nenhuma delas (assim como não conheço a Ana muito bem), por isso fica aquele receio de levar uma bela duma patada ou de um não, ou então dar uma de Jonas BBB e cobrar R$3000 por uma entrevista. Mas a Ana foi super acessível comigo e topou participar da entrevista na hora (vou até dar o anjo pra ela), por isso vão lá ler a história dela. Não vou fazer uma resenha aqui porque não é esse o objetivo hoje, mas eu diria que “Laços de um Sequestro” é um clássico das bancas de jornal no melhor sentido possível, porque vocês sabem que eu adoro um livro de banca de jornal. Falei isso pra Ana e ela deu risada, portanto acho que é tudo bem eu publicar essa nota aqui.

Já tenho alguns autores e autoras interessantes na lista pra futuras entrevistas. Fiquem ligadinhos aí que daqui a um tempo eu volto com mais bate-papo literário. Um beijo pra todo mundo e fiquem com Deus. Até breve!